sábado, 3 de novembro de 2012

Visita a Fafe


É comum, em conversas de família, falar-se do jogo de Fafe. Histórico, marcante, célebre e inesquecível, dizem os que presenciaram esse jogo, na véspera de São João no ano de 1963.
Vai daí, decidi consultar a nossa Bíblia, "BFC, a primeira história". Partilho convosco um excerto do livro. Vale a pena ler:

"Foi um jogo memorável, tal era o ambiente que o rodeava. Nessa época, os minhotos haviam apostado forte na subida e o resultado do Bessa (2-1) fazia manter intactas as esperanças na passagem.
Do Porto, deslocaram-se alguns milhares de adeptos e amigos do Boavista que, ao chegarem a Fafe, depararam com um clima de hostilidade e intimidação. A terra estava engalanada para vitoriar o vencedor, que não podia ser outro senão o... Fafe. No campo vivia-se um ambiente indescritível de euforia e entusiasmo e, pela instalação sonora, faziam-se as ofertas mais mirabolantes (uma casa para o jogador fafense que apontasse o 5º golo...).
Grande parte dos adeptos boavisteiros foram impedidos de entrar, à força, no superlotado campo, gerando-se um momento de grande tensão.
Neste célebre jogo de Fafe e à semelhança de todos os desafios dessa época, Olímpio de Magalhães, delegado do BFC, depois de constatar as precárias condições, fez com que o Boavista jogasse sob protesto, o que desencadeou uma tal manifestação de hostilidade que o dirigente boavisteiro chegou a temer o pior.
O empate serviu as aspirações boavisteiras, mas desencadeou uma onde de violência dificilmente contida pela Guarda Republicana. A equipa só conseguiu saír do campo três horas depois do final do jogo, com as viaturas escoltadas durante vários quilómetros. Contudo, depois dessa escolta ter deixado a caravana aconteceu uma verdadeira emboscada, com jogadores e dirigentes agredidos e diversas viaturas danificadas.
A comitiva seguiu depois para o hospital de Guimarães, onde os feridos receberam tratamento, chegando ao Porto por volta da meia-noite. À sua espera estava uma enorme multidão. Como era noite de São João, viveu-se uma redobrada euforia.
Desse dia e dessa época, gloriosos para a história do Boavista, recordam-se os nomes: Oswaldo Campos (treinador), Carlos da Fonseca (diretor), Vieira e Norberto (GR), Serafim Ribeiro, Albano, Torgal, António Carlos, Sousa Ribeiro, Leitão, Pinho, Germano, Oliveira Santos e Alfredo.
A partir daí, o Boavista iniciou uma ascensão segura e não mais voltou a viver momentos tão dramáticos."



Defrontamos o Fafe em 89, na primeira divisão, jogo em que empatamos a um, já com Isaías, Bertolazzi e.. João Pinto. No banco, estava outra figura histórica do nosso Boavista, atualmente membro da equipa técnica: o grande Alfredo!

Amanhã, por todos os motivos, só a vitória interessa. A proximidade com o outro grande rival faz-nos sentir ainda mais desejosos do regresso aos palcos principais, aos jogos quentes, aos ambientes hostis, que tanto estamos habituados e tão bem nos... adaptamos. Força Boavista.





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