quarta-feira, 13 de maio de 2015

A época do nosso Afonso

 
Ou antes meia época. Ano de 2015, em que se estreou na Primeira.

Juntamente com Zé Manuel, um dos que nos acompanhou do terceiro escalão que mais expetativa criou: boas prestações no CNS, jovem, formação em clubes de primeira. Raçudo, à imagem do Clube.

Cedo se viu que a lateral esquerda era a posição melhor servida. Correia ganhou, naturalmente, o lugar. Titular nas primeiras sete jornadas, lesionou-se depois do jogo em Guimarães acabando por perder o resto da época (ainda reapareceu em Setúbal durante vinte minutos, ressentindo-se da lesão).
Mas ainda nada de Afonso. Foi a vez de Julián, titular nas primeiras três jornadas (a extremo), volta ao onze da 8ª à 14ª jornada, numa adaptação para colmatar a baixa do brasileiro. Foi uma das opções mais discutíveis de Petit, esta insistência no extremo, ainda para mais fora da sua posição natural. Adensa-se a questão quando até na segunda mão da eliminatória da TL o argentino é o escolhido (mesmo sendo num jogo de cariz mais ofensivo), dando sinais que o português seria preterido até na rotatividade. Dúvidas, muitas, se seria condição física deficiente ou mera opção, mesmo que difícil de perceber, ou talvez alguma evolução que o jogador necessitasse antes de ser lançado no campeonato.

Em 2014, Afonso só em três eliminatórias das Taças: estreia fora com o Oriental, exibição frouxa na Vila das Aves - talvez o pior jogo da equipa na temporada - e, passados dois meses, no Bessa para a fase de grupos da TL frente ao Belenenses, a sua primeira boa exibição e justificando a aposta poucos dias depois.

Arranca em definitivo para a titularidade no jogo seguinte, início de janeiro, em casa frente ao Arouca. A partir daí voltamos a ter defesa esquerdo, só falhando 15 minutos no campeonato: 5 depois da expulsão na Choupana (cumpriu o castigo na TL, em Alvalade) e dez minutos na jornada 29 (única substituição, também em Alvalade).

O jogo em casa com o Braga, foi a primeira jogatana em grande.  
O resto é o que sabemos e o que se tem visto. Sempre concentrado e a carburar em alta rotação, evolução jogo após jogo, eficaz nos desarmes pelo chão ou pelo ar (incrível como é forte no jogo aéreo, mesmo de baixa estatura) e também a atacar. No final dos jogos, saíu sempre vencedor dos vários duelos que protagonizou, mesmo contra jogadores mais experientes e tecnicamente muito acima da média.

Não sendo das nossas primeiras opções nas bolas paradas, também é forte nesse aspeto (lembro-me de um livre direto muito bem batido, julgo que em Barcelos).


Titularíssimo na equipa revelação do campeonato, melhor jogador jovem do mês de Abril, notícias de clubes interessados, uma mais que justa chamada aos sub-21 no horizonte (ou ainda será preterido na vez de um jogador da segunda liga?). Não há dúvidas, crescemos juntos. Grande Afonso.

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