sexta-feira, 11 de março de 2016

Vamos a Eles - Marítimo



Não está fácil, como de resto seria de esperar. Travagem brusca na recuperação, em três importantes jogos na antiga Fortaleza: um ponto, um golo marcado e três sofridos, exibições abaixo do esperado. Era fundamental estarmos no nosso melhor, dentro e fora do terreno de jogo. Não estivemos e a punição foi dura: água a entrar pelas narinas, calendário apertado nas nove finais que faltam e, no imediato, uma deslocação dificílima às nossas bestas negras com os três pontos como único resultado realmente positivo.

Então o que terá falhado ou o que mudou desde aqueles dez pontos em quatro jogos? Resumidamente e por partes.

- Académica. Jogamos com a cabeça - talvez demais - amedrontada, receosos do que de mal poderia acontecer, além de sentirmos na pele que não vai ser fácil bater esta bem orientada Académica. Discordo em pleno do nosso Mister: o ponto conquistado (ou os dois perdidos) e a hipótese gorada de dar uma martelada no adversário não foi "positivo". Nada mesmo, apesar de, claro, a derrota fosse ainda pior e a linha de água se manter abaixo.

- Rio Ave e Nacional. Tivemos imensas dificuldades para impôr o nosso jogo, em particular no plano ofensivo, também porque as bolas paradas não resultam sempre. À semelhança do jogo com a Académica, mas diferente dos tais primeiros quatro da segunda volta (menos, talvez, Setúbal), fomos obrigados a ter iniciativa, a pegar no jogo e a encara-lo de frente, em busca dos golos e dos pontos, o que se revelou um problema para nós. Pior, algo que ainda não tínhamos experimentado nesta segunda volta (à exceção de Alvalade): ter que reagir à desvantagem.

- Houve mudanças 'opcionais' que não ajudaram, é verdade: Martinez, apesar do golo em Paços, não se aproxima da excelente forma de Renato Santos (pelo menos a evidenciada até 'desaparecer' da titularidade), nem tampouco do ritmo de Luisinho, suplente no último desafio em favor do espanhol. E, já agora, também não parece ser melhor opção que Rúben Ribeiro no centro do meio campo, onde jogou contra o Nacional, com a agravante de 'obrigar' Rúben a deslocar-se para a esquerda.
Carvalho esteve em bom plano, não nos dois minutos frente à Académica mas sim em Paços, Alvalade e mesmo no desafio com o Rio Ave. Sobretudo, disfarça as dificuldades de construção quando comparado com a dupla de cobertura mais habitual, Idris e Gabriel. Tínhamos tudo para evoluir de forma mais consistente, não se notando melhorias na sua ausência perante o Nacional.
Outro problema que temos evidenciado: o 'plano B', ou seja, o que alteramos quando precisamos de reagir ao resultado. Na entrada do segundo avançado (ora com Zé primeiro, com Uche depois, por último com o regressado... Uchebo), na mudança do sistema tático, na alteração do meio campo. Sentiu-se alguma confusão na Equipa, depois das alterações (por vezes tardias), quer contra o Rio Ave quer contra o Nacional. Pior do que isso: foi confuso para quem viu e a Equipa não se sentiu minimamente confortável, antes descrente e com défice de confiança, individual e coletivamente. Não tivemos cabeça, e não parece termos coração para vencer 'a ferros'.

- Voltei a discordar do discurso do Mister, mesmo tentando perceber a possível intenção de despressurização da equipa (para mais tendo em conta que jogamos desfalcados). É óbvio que se tratavam de jogos decisivos, não há como fugir a essa pressão. Fugindo-lhe corre-se o risco de termos mesmo que enfrentar essa mesma pressão, mas sobre brasas. Como hoje, na Madeira.

- Outras mudanças forçadas também em nada beneficiaram a Equipa. Estabilizamos a defesa no início de segunda volta e com ótimos resultados ao nível da consistência. O Mika da época passada de regresso (no melhor e no pior mas, sobretudo, no melhor), Vinicius e Henrique em excelente plano, Mesquita a agarrar o lugar e em melhorias, Afonso o que se sabe. Ausências do central e do lateral foram, realmente, dois problemas graves. Praticamente só Vinicius, do quarteto defensivo, manteve um nível aceitável. Simples perceber porquê, qualidade e experiência, as que faltam a Sampaio e Hackman. Não há que o esconder e  sem querer fazer deles os culpados das derrotas, foram decisivos pela negativa na dupla jornada no Bessa. Erros individuais daqueles pagam-se bem caros, principalmente quando defrontamos equipas que os sabem aproveitar, como foi o caso. Fomos obrigados a reagir, falhamos nesse capítulo.

- Dos reforços, dos cinco reforços de janeiro que seriam para pegar de estaca dada a nossa situação urgente, falaremos deles mais à frente. Pelo menos de dois deles, os que vão jogando.


Era para ser uma antevisão do difícil desafio de logo, ficaram umas notas dos últimos tempos.
Para os Barreiros, a receita que nos fez ter sucesso: intensidade, concentração e eficácia. Se possível, sem grandes invenções, com alguém que não falhe a dois metros da linha e sem ninguém a enterrar forte e feio.

Apoio no aeroporto diz tudo do que somos feitos: situação de aperto, coração ao alto, fé inabalável nos nossos rapazes. Não peçam mais que não é possível. No Bessa, melhoraremos na próxima.


Força Boavista! #façam-nosAcreditar